O CONTADOR VIU: 365 DNI

Filme ganhou os holofotes da Netflix nos últimos dias e traz roteiro fraco, mas com doses de erotismo.

POR AILTON RODRIGUES

Massimo tem uma relação polêmica com Laura

Uma das obras mais assistidas das últimas semanas na Netflix, o filme 365 Dni (ou 365 dias) vem chamando a atenção por ‘dar uma surra’ no erotismo que a franquia 50 Tons de Cinza tentou fazer há alguns anos e não conseguiu.

O filme é baseado em um livro homônimo escrito por Blanka Lipinska. Aparentemente os diretores Barbara Bialowas e Tomasz Mandes têm preguiça de se aprofundar no roteiro e por isso mergulham na bela fotografia italiana com inúmeras tomadas aéreas e imagens rotatórias (especialmente nas cenas quentes dos protagonistas).

Em uma breve sinopse pode-se dizer que a trama conta a história da diretora de vendas, Laura (Anna Maria Sieklucka), que teve sua vida drasticamente modificada quando aparece o misterioso Massimo (Michele Morrone), chefe de uma máfia siciliana. Ele sequestra a moça e promete que ela se apaixonará por ele após 365 dias do seu cárcere.

A grande polêmica do filme é justamente o que foi descrito nessa sinopse: a tendência de se romantizar o abuso e deixar naturalizar a chamada Síndrome de Estocolmo onde as vítimas psicologicamente simpatizam ou amam seus agressores após longos períodos de intimidação. Por isso que algumas frases trazidas pelo filme se tornam perigosas, como por exemplo a destacada abaixo:

“Não vou amarrar você, mas não me provoque porque eu não tolero desobediência”

Massimo.

Confesso que não achei o filme denso o bastante para chegar a este nível de interpretação porque achei ele raso, além disso, as sequências são tão superficiais que não dá para se aprofundar em nada. Desde a primeira cena há lacunas de roteiro (por exemplo, de onde saiu aquele tiro que matou o pai de Massimo?). Mas não devemos passar pano pra relativizar as polêmicas, né?

Roteiro é raso e não deixa se aprofundar muito.

Sobre as cenas picantes, inevitável dizer que são boas. Apesar que a intenção atestada pelo próprio trailer seria de bem mais profundidade (com o perdão do trocadilho). Todavia, como disse no início, o filme dá uma aula a 50 Tons de Cinza e pode ser considerada uma obra contemporânea do antigo Cine Privê.

Se você tiver entediado e sem o que ver nesse isolamento. Dá uma chance a 365 Dni, mas não espere muito do que uma boa dose de Sessão da Tarde para maiores.

Até qualquer hora!

Autor: Ailton Rodrigues

Técnico em Informática (IFRN), que adora esportes e jornalismo, estando sempre disponível para bons papos. Coordenador de Comunicação do clube de futebol TEC (Tabua Esporte Clube), membro do Conselho do Coletivo de Direitos Humanos, Ecologia, Cultura e Cidadania (CDHEC), comunicador da Mostra de Cinema de Gostoso. Formado em Pedagogia (UFRN).