Encerramento do festival, em noite mágica, premiou filmes que foram abraçados pelo público gostosense.
POR AILTON RODRIGUES
FOTOS ARICLENES SILVA
SÃO MIGUEL DO GOSTOSO/RN

O último dia da Mostra de Cinema de Gostoso aconteceu nesta última terça-feira (21) na Praia do Maceió com a cerimônia de encerramento que premiou algumas obras eleitas por júri popular e o resultado demonstrou que o público gostosense prezou pela sensibilidade e pela temática da busca pelos seus direitos.
Conduzido por Eugênio Puppo e Matheus Sundfeld, o anúncio dos vencedores foram sendo mesclados com discursos de vitória pela 4ª edição ter sido um sucesso de crítica e participação popular. Durante as cinco noites da Mostra na Praia passaram cerca de seis mil espectadores e essas constatações podem ser comprovadas quando podemos ver a repercussão da imprensa sobre o evento, como no título da coluna do jornalista Luiz Zanin Oricchio do Jornal O Estado de São Paulo que diz: “Praia recebe ‘o mais belo festival do mundo'”.
Outro ponto marcante foi a escolha dos vencedores, onde além do prêmio Luis da Câmara Cascudo para o melhor longa, melhor curta e menção honrosa tivemos um prêmio especial dado pelas empresas Mistika e Imput, apoiadoras da Mostra, que consistia em um apoio financeiro na pós-produção de uma das obras.
Veja quais foram os vencedores:
PRÊMIO MISTIKA/IMPUT
Leningrado, Linha 41 (Dir: Dênia Cruz)
O curta potiguar “Leningrado, Linha 41” mostrava a história da ocupação da comunidade que recebe o nome da cidade russa pelas lideranças se reconhecerem na figura de Lênin. Ainda hoje alguns deles estão buscando pelo direito da moradia.
O filme causou muitos questionamentos, principalmente por se tratar de uma organização coletiva que conseguiu obter resultados como a aquisição de uma linha de ônibus para a comunidade, porém ainda faltam políticas públicas e reconhecimento do governo.
“É uma oportunidade e tanto! Realmente fazer cinema é um desafio, mas é uma honra ser interlocutora de histórias como a de Leningrado. Esse prêmio é para nós!”, disse a diretora Dênia Cruz.
MENÇÃO HONROSA
Gabriel e a Montanha (Dir: Felipe Barbosa)

A história sensível e real de Gabriel Buchmann cativou tanto o público gostosense que concedeu a menção honrosa do festival ao filme. O ator que interpretou Gabriel, João Pedro Zappa, estava em São Miguel do Gostoso e demonstrou muita felicidade com o prêmio:
“Quero agradecer a todo mundo pelo prêmio. Desejo muito voltar aqui, eu estou muito feliz. Agradeço também a Eugênio e o Matheus por terem tido a sensibilidade de reexibirem o filme, foi tudo lindo”, declarou João Pedro Zappa.
MELHOR CURTA METRAGEM
No Fim de Tudo (Dir: Victor Ciriaco)

O curta, que tem DNA potiguar, levantava a bandeira do amor LGBT dentro da sua própria casa, da aceitação e de que o amor pode e deve ser maior do que qualquer rótulo. Pelo visto, esta mensagem foi entendida pelo público que elegeu o filme como melhor curta desta edição.
“Esse filme falava sobre amor e memória, é sobre como a gente precisa lutar para que dentro dos nossos lares tenhamos mais afeto”, disse o roteirista Hélio Ronyvon.
MELHOR LONGA METRAGEM
Escolas em Luta (Dir: Rodrigo Marques, Eduardo Consonni e Tiago Tambelli)

Quando a sociedade se reúne, a coisa dá certo! Essa pode ser uma das principais mensagens do longa eleito por júri popular na Mostra de Cinema de Gostoso. A luta dos estudantes para evitar que escolas paulistas fossem fechadas pelo governo, ganhou as ruas gostosenses e fez soar esperança no meio de uma onda de descontentamento que o país vive na política atual.
“A gente vem de São Paulo e traz para o Rio Grande do Norte um filme de luta pelos estudantes. Temos que lutar por essa molecada! Abaixo escola sem partido!”, declarou o emocionado diretor Rodrigo Marques.

Na última sessão da noite, tivemos dois filmes que deram o gostinho de quero-mais ao festival. O curta “A Rotação da Terra” dirigido por Matheus Sundfeld teve como plano de fundo São Miguel do Gostoso e um cenário que se tornou parte da paisagem do município: os parques eólicos.
Além disso, a obra contou com atuação de atores locais como o surpreendente Eurílio Viana proveniente da comunidade do Antônio Conselheiro que deu um show de interpretação. A subjetividade e sensibilidade da trama também comoveu os espectadores que aplaudiram muito no final.
Na sequência, a Mostra deu seu último ato com o longa “Jonas e o Circo Sem Lona” que brincou com a ideia de que você deve lutar pelos seus sonhos, mesmo sendo uma criança.
O Contador já está com saudades da Mostra de Cinema de Gostoso! Mas estaremos juntos na 5ª edição!
Nós continuamos de olho, até qualquer hora!