EM MESA TOTALMENTE FEMININA, CAMPO GRANDE DE SANDRA KOGUT É O DESTAQUE DOS FILMES “À FLOR DA PELE”

Filme da diretora carioca é abraçado pelo público e é alvejado de perguntas no último debate dessa Mostra de Cinema de Gostoso.

POR AILTON RODRIGUES
SÃO MIGUEL DO GOSTOSO/RN

01 - debate 17-11
Público do 4º e último debate da Mostra. FOTO: Fernando Miranda

Sensíveis e tocantes, assim foram descritos os filmes exibidos no 4º dia de Mostra de Cinema de Gostoso e para dar um toque todo especial a essas características uma mesa totalmente feminina foi montada para o último debate dessa Mostra nesta terça-feira (17).

Estavam presentes no debate mediado por Eugênio Puppo: Rozângela Modesto (diretora de “À Procura do Sol”), Clara Linhart (assistente de direção e coprodutora de “Casa Grande”), Clara Medeiros (atriz de “A Festa e os Cães”) e Sandra Kogut (diretora de “Campo Grande”).

Vamos ao resumão do Contador:

“99% DE CORAÇÃO”

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Rozângela Modesto dirigiu “À Procura do Sol”. FOTO: Ariclenes Silva.

O último dos curtas gostosenses a ser exibido na Mostra de Cinema foi “À Procura do Sol” dirigido por Rozângela Modesto. Sobre a mudança do título da trama nos últimos dias antes da programação do evento ser divulgada, ela falou que foi um detalhe do roteiro, mas que isso não importava já que o filme foi feito para todos.

Ainda sobre o seu trabalho como atriz no filme, ela declarou:

“Fiquei envolvida com a Sofia, ela é uma parte de mim, há momentos que percebo que ela é uma projeção minha. Meu sobrinho até disse que era eu mesma lá” – Rozângela Modesto.

É TUDO PERCEPTIVO

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Clara Monteiro é atriz de “A Festa e Os Cães”.  FOTO: Ariclenes Silva.

Sobre “A Festa e os Cães” a atriz Clara Monteiro declarou que o filme nasceu de uma mudança do diretor Leonardo Mouramateus que saiu de Fortaleza e foi morar em Lisboa. Com isso na ideia de fotografar tudo o que conseguisse a partir da compra de uma câmera fotográfica, o curta nasceu.

Na transição das fotografias para a música, evidenciado nos dez minutos finais, Clara disse que esse ponto é outro detalhe da personalidade do Leonardo.

“O filme leva à suspensão e a paixão do diretor pelo ‘cinema-balada’, por isso é tão concreto e verdadeiro” – Clara Monteiro.

COMENDO PELAS BEIRADAS

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Clara Linhart é coprodutora de “Casa Grande”. FOTO: Ariclenes Silva

“Casa Grande” começou a ser desenvolvido em 2007, foi rodado em 2013, mas só nasceu em 2015. Em meio a toda cronologia a coprodutora Clara Linhart comemorou que o longa está em ascensão, mesmo que de forma lenta, afinal o filme foi lançado no Brasil com 33 cópias e 38 mil espectadores.

“A surpresa de Casa Grande foi a França, demorou a ser vendido por lá (…) Ganhamos quatro prêmio em Toulouse e fizemos 20 mil espectadores. Hoje estamos em Nova York e Madrid. É tardio, mas é bonito porque para isso acontecer tem alguém que quer” – Clara Linhart.

“EU SEI QUE É ANGUSTIANTE”

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Sandra Kogut é diretora de “Campo Grande”. FOTO: Ariclenes Silva

Sandra Kogut realmente foi uma figura à parte durante o debate, com frases sutis e explicações sensíveis sobre o seu filme “Campo Grande”, ela foi a grande questionada da manhã.

Sobre o final aberto da sua trama ela declarou:

“Eu sei que o filme é angustiante, o protagonismo vai mudando de mãos, mais eu queria que todo mundo entendesse o lado de todo mundo. Para mim o final foi feliz, pois fui pelo lado do amor incondicional dos filhos pelos pais. Achei bacana o filho acreditar e a mãe voltar” – Sandra Kogut.

AS LIÇÕES DO DIFERENCIAL

Sandra ainda deu uma declaração que soou como estranha para a maioria dos espectadores do debate, onde ela afirmou que não forneceu o roteiro do seu filme para os atores.

“Não ler o roteiro não é um dogma, mas um cuidado que tenho. O roteiro existe, mas não quero a dependência dele (…) Por exemplo, a mãe dos meninos não sabia que ela era procurada durante toda a trama. A emoção tem que ser de verdade” –  Sandra Kogut.

Outras citações interessantes foram ditas por Sandra, confira:

“O filme nunca perdeu a escala humana. Ninguém fotografava ou postava alguma coisa, nem tratava criança como criança. Todo mundo vinha todo dia e se ajudava e era sempre assim”.

“Não gosto de improvisação porque ela dilui a emoção da cena”.

“Se tem uma frase que sintetiza o filme é: porto seguro na vida não há. Acredito que tem um lado que você assiste a vida e o outro você vive”.

O Contados continua na cobertura da Mostra de Cinema. Até qualquer hora!

Autor: Ailton Rodrigues

Técnico em Informática (IFRN), que adora esportes e jornalismo, estando sempre disponível para bons papos. Coordenador de Comunicação do clube de futebol TEC (Tabua Esporte Clube), membro do Conselho do Coletivo de Direitos Humanos, Ecologia, Cultura e Cidadania (CDHEC), comunicador da Mostra de Cinema de Gostoso. Formado em Pedagogia (UFRN).

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