CONTOS: ONTEM MORREU MAIS UM POBRE

POR RAFAEL OLIVEIRA

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Ontem dona Ivonete matou mais um pobre, socialite do RJ, faz 3 anos que botou Helena pra trabalhar na casa dela como empregada. Ontem Helena fez 16 anos e humildemente pediu pra Dona Ivonete assinar sua carteira de trabalho, pois onde mora uma carteira de trabalho assinada é vencer na vida.

A Ivonete mandou ela ir embora sem direito algum e ainda reclamou da “ousadia” da menina. A arquiteta Lúcia também mata todos os dias, 54 anos, recebe R$ 33,7 mil de pensão na condição de “filha solteira maior” de um ex-ministro morto. Ela diz que o povo é cheio de mimimi com esse papo de vitimismo racial mas quem quer vencer na vida tem que fazer por merecer!

Na verdade essas pessoas matam diariamente gente pobre e preta ou preta e pobre. Não entendeu? Pra essa gente dá no mesmo! Matam também o “ser” e o senso de justiça. Quer dizer, nunca tiveram. É assim desde colônia, elas pensam e agem como herdeiras de uma elite escravocrata acostumada com privilégios sem um mínimo de suor no rosto.

Ainda tem os cachorros raivosos vestidos de verde e amarelo defendendo uma falsa meritocracia, no qual não enxerga que isso é que mantém um sistema corrupto e cheio de vícios no nosso Brasil, vícios como sonegações fiscais. Mas quem luta por JUSTIÇA e EQUIDADE pra o povo nesse país, é chamado de comunista, por pessoas que não sabem nem o que é o comunismo.

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Autor: Ailton Rodrigues

Técnico em Informática (IFRN), que adora esportes e jornalismo, estando sempre disponível para bons papos. Coordenador de Comunicação do clube de futebol TEC (Tabua Esporte Clube), membro do Conselho do Coletivo de Direitos Humanos, Ecologia, Cultura e Cidadania (CDHEC), comunicador da Mostra de Cinema de Gostoso. Formado em Pedagogia (UFRN).