2º DIA DE DEBATES TRAZ EDUCAÇÃO COMO EIXO PRINCIPAL COM CRITICAS AO MOMENTO POLÍTICO ATUAL

Obras Nada e Escolas em Luta roubaram a atenção dos espectadores, críticas contra o momento atual também foram marcantes.

POR AILTON RODRIGUES

SÃO MIGUEL DO GOSTOSO/RN

Mesa do debate deste domingo (19)

O segundo dia de debates com os realizadores aconteceu neste domingo (19) na Pousada dos Ponteiros e o tema central foi os problemas educacionais tratados principalmente em duas obras que se destacaram na noite anterior: ‘Nada’ dirigido por Gabriel Martins e ‘Escolas em Luta’ produzido por Eduardo Consonni, Rodrigo Marques e Tiago Tambelli.

A mesa deste debate foi completamente masculina e contou com a presença de Júlio Castro (Cuscuz Peitinho), Rodrigo Meireles (Anderson), José Priciano (Moeda Gostoso), Ramon Coutinho (diretor de fotografia de Mamata), Gabriel Martins (Nada), Eduardo Consonni (Escolas em Luta) e Rodrigo Marques (Escolas em Luta), que deram início se apresentando e agradecendo aos realizadores do festival por serem selecionados.

Gabriel Martins, diretor de Nada.

Na sequência, as perguntas do público foram ampliando o leque de alternativas para as interpretações das obras, veja as respostas mais interessantes dos cineastas:

“É engraçado ver os questionamentos [do filme] e ver a pacificidade da sessão, na beira da praia. As pessoas podem até se perguntarem: ‘Nossa, quanta crise!’” – Gabriel Martins (Nada).

Além disso, o filme de Gabriel foi questionado sobre a personagem principal ser parte de uma família motivadora, ter influências musicais, mas mesmo assim não se interessar em ingressar na faculdade.

O diretor enfatizou que vivemos em uma geração que tem vários grupos de adolescentes e ele não quis dar um desfecho claro para a personagem, mas que gostou de provocar o efeito psicológico nas pessoas de simpatizarem ou não com ela.

“O Banco Solidário está em construção ainda, mas busca ser uma alternativa contra o turismo predatório e uma forma de renda” – José Priciano (Moeda Gostoso).

O curta gostosense foi elogiado pelos cineastas. Priciano também declarou que ainda há resistência da aplicação da moeda dentro da cidade e que os turistas levam muito como souvenir, o que acaba acarretando com custos na impressão de mais cédulas que vem direto do Banco Central.

“O filme foi uma tentativa de conter esta angústia que estamos vivendo. Ele foi feito com um pequeno grupo de pessoas e o grande lance foi como debater estes tema sérios com humor” – Ramon Coutinho (Mamata).


“Quem vai mudar essa revolução [situação política do país] são as mulheres. O mundo só está assim por causa dos homens. Foi uma opção nossa o contato com elas, pois a liderança delas era marcante” – Rodrigo Marques (Escolas em Luta).

Além desse grande relato, os diretores destacaram os períodos difíceis que esses alunos viveram após a vitória deles contra o governo onde alguns até mudaram de escola.

Eduardo Consonni, diretor de Escolas em Luta

“O documentarista é muito travado pelos direitos de imagem, direitos autorais. Fizemos um enfrentamento da ‘contra informação’ da mídia que monopoliza a notícia” – Eduardo Consonni (Escolas em Luta).


“Comecei a filmar sem roteiro pronto e fui construindo junto com o Anderson. Foi um processo invertido que eu não aconselho ninguém a fazer. É um documentário metalinguístico” – Rodrigo Meireles (Anderson).

O diretor também se disse emocionado com o público que prestigiou o filme na Mostra Panorama que foi na maioria estudantes de ensino médio que vieram de João Câmara.

A Mostra continua bombando e nós estamos de olho!

Autor: Ailton Rodrigues

Técnico em Informática (IFRN), que adora esportes e jornalismo, estando sempre disponível para bons papos. Coordenador de Comunicação do clube de futebol TEC (Tabua Esporte Clube), membro do Conselho do Coletivo de Direitos Humanos, Ecologia, Cultura e Cidadania (CDHEC), comunicador da Mostra de Cinema de Gostoso. Formado em Pedagogia (UFRN).