Anos 80, ‘Geração das Selfies’ e sexualidade foram os assuntos que rolaram no Debate.
POR AILTON RODRIGUES
FOTOS: ARICLENES SILVA
CENTRO DE CULTURA, S.M. DO GOSTOSO/RN.

O Debate com os Realizadores desta segunda-feira (15) abordou o tema da adolescência em suas diversas vertentes e gerações. Com mesa cheia, diretores e elenco descontraíram os espectadores com abordagens técnicas e específicas das obras exibidas.

Estavam presentes os diretores Pedro Medeiros (José Bezerra), Anita Rocha da Silveira (Mate-me Por Favor), Marcus Curvelo (Feio, Velho e Ruim), Marina Person (Califórnia) e José Priciano (Flôzinha). Além dos atores Bernardo Marinho (Mate-me Por Favor), Clara Gallo (Califórnia) e Caio Herowicz (Califórnia).
O Contador resume aqui os principais pontos do debate de hoje:
A INTENÇÃO ERA ESSA

O curta gostosense “Flôzinha” foi questionado pelo final abrupto onde deixava para os espectadores pensarem a conclusão da trama, em resposta a indagação Priciano falou que com um tema como esse vários finais poderiam ser escritos e que deixar aberto foi o melhor.
“Tínhamos quatro finais diferentes, mas decidimos optar pelo final aberto, outra coisa foi o pouco tempo que tivemos, por exemplo, gravamos tudo da Flôzinha em dois dias” – José Priciano.
DA TERRA

José Bezerra é um potiguar de Mossoró, o próprio Pedro Medeiros é fotógrafo e admitiu que sempre teve desejo de retratar a fotografia de modo documental. O curta nasceu da parceria entre o Coletivo que surgiu no Vale do Assú e Mossoró.
“A fotografia tem um poder histórico incrível” – Pedro Medeiros.
TUDO EU

A proposta de Marcus Curvelo ao pegar um celular, fotos do seu tempo de criança e um gravador foi gastar o mínimo de dinheiro para produzir “Feio, Velho e Ruim”, o curta trata de relacionamento virtual e solidão, onde o próprio diretor faz as honras de ser ator.
Apesar da simplicidade, até o barulhinho das mensagens do Facebook no final da trama se casaram com o filme.
“Foi incrível! O público e a recepção, enfim o festival está muito bom (…) Quando ouvimos o barulhinho do Face, chega a aquecer o coração, mesmo que não seja quem você está querendo” – Marcus Curvelo.
TOTALMENTE JOVEM

O primeiro longa de Anita Rocha da Silveira tratou justamente da adolescência, tendo como o plano de fundo uma série de assassinatos na Barra da Tijuca-RJ, partindo de lembranças da própria diretora.
Outras curiosidades do filme foram explanadas por Anita:
- Por conter jovens ainda com idade abaixo dos 18 anos, o filme foi todo gravado em férias escolares.
- Mate-me “namora” com o horror, mas traz um fato marcante na vida de Anita que é o assassinato de Daniela Perez.
Além disso, sobre os trechos que contém poesia de Augusto dos Anjos, ela declarou:
“É difícil encaixar poesia em filme, mas foi uma questão do roteiro. Tem também a citação da música do Claudinho e Bochecha” – Anita Rocha da Silveira.
MÚSICA TRABALHOSA

“Califórnia” tratou da juventude de Marina Person remetendo aos anos 80, para isso ela resolveu abusar das músicas, incluindo artistas como Paralamas, Titãs e até artistas internacionais como David Bowie e The Cure. O detalhe foi conseguir os direitos autorais.
“Demoramos cerca de dois anos para conseguir toda a liberação dos direitos autorais de música. Foi caro, difícil, mas no fim deu tudo certo” – Marina Person.

O Contador de Causos é a casa da Mostra de Cinema de Gostoso e nós continuamos de olho! Até qualquer hora!