Trama investe em temas fortes e releitura dos super heróis, mas peca em roteiro aberto e se perde em confusão de personagens.
POR AILTON RODRIGUES

A Netflix lançou um projeto audacioso visando beber do gênero dos super heróis ao trazer Power em seu catálogo neste mês de agosto, o detalhe é que o filme tem bom potencial, mas apresenta algumas falhas na montagem da trama.
A boa surpresa para nós brasileiros é ver o Rodrigo Santoro atuando em alto nível ao lado de Jamie Foxx. Na história o brasileiro faz o papel de um vilão que comercializa a droga que dá diferentes superpoderes por cinco minutos a quem a consome.
Na trama ainda tem um policial (Joseph Gordon-Levitt) que usa a droga para combater o crime e que conta com uma traficante mirim (Dominique Fishback) para seu fornecimento. Apesar de não ter consumido droga nenhuma, a menina tem uma habilidade de ser rapper e rimar com tudo o que quiser.

Agora vem os detalhes da trama que incomodam do início ao fim: a menina apesar de ter um apelo para o assunto do pobre, negro, marginalizado não se aprofunda. O vilão simplesmente some para aparecer outro problema que não entendemos precisamente o desfecho e a polícia aparenta não estar incomodada com a real ameaça de uma super evolução da criminalidade.
Em resumo, a linha do roteiro de Mattson Tomlim faz a gente ficar confuso na noção de onde ele quer que a gente foque. Sobre a direção de Henry Joost e Ariel Schulman há cenas que dançam com tonalidades de cor e focos diversos o que nos deixa até animados com o potencial do filme, mas infelizmente é só isso.
Ah, não expliquei o que o Jamie Foxx faz na história, na verdade ele é um pai que procura pela filha sequestrada por ter alguma influência importante para a droga. Enfim, em resumo você pode dar uma chance a Power, mas não crie altas expectativas. É um filme mediano, estilo sessão do domingo a tarde na TV.
PROJECT POWER (2020)
- Disponível: Netflix.
- Duração: 111 minutos,
- Nota do Contador: 07
Até qualquer hora!