Por AIRIS VITAL
Os filmes desta edição estão mostrando temas que nem sempre são debatidos, despertando reflexão sobre a filosofia de vida que seguimos. A perspectiva singular dos diretores, apresentam forte maestria em seus roteiros e indicam a importância de compreende-los.
O “Medo é uma Moita” dirigido pela equipe do Nós do Audiovisual foi carregado de suspense, ao apresentar um dos mistérios que a cidade de São Miguel do Gostoso esconde, onde seus últimos segundos tiraram gritos e risos assustados dos presentes.
Imagem: Cartaz de divulgação do filme
Na mostra competitiva, os 19mim do “Mesmo com Tanta Agonia”, dirigido por Alice Andrade Drummond, induziu a concentração de como terminaria mais um dia de trabalho da Maria. Uma mãe que anseia a volta para casa para comemorar o aniversário da filha, colide com uma tragédia um homem se lançou nos trilhos do metrô e a companhia responsável autoriza que passem por cima do corpo para não interferir nas linhas previstas e não causar mais transtornos. Mesmo tendo empatia com os familiares da vítima, ela segue sem fazer nenhuma menção sobre o ocorrido e comemora o aniversário da filha com suas amigas que mostra o cenário do universo das redes sociais em busca de likes em seus stories. Em meio ao embalo dos tumultos de emoções, dentre eles, ansiedade, tristeza e alegria, a vida seguirá normalmente sem que, se tenha dado uma pausa para maturar o que aconteceu, o que reflete muito o cotidiano de muitas mulheres e famílias atuais.
Imagem: Cartaz de divulgação do filme
O segundo curta da noite “P´s” é uma adaptação de uma obra teatral que é inspirada no livro de “Eu, Pierre Rivière, que degolei minha mãe, minha irmã e meu irmão”, de Michel Foucault, para o áudio visual por Lourival Andrade, protagonizada pelo caicoense, Alexandre Muniz, considerado o Melhor Ator do Festival Internacional de Teatro em Blumenau em 2016. Desperta o interesse do telespectador para ser juiz dos atos causados na trama, logo quando quebra a quarta barreira do cinema, causando desconforto, provocando ao telespectador a listar causas, consequências e desculpas para justificar ou condenar as confissões do protagonista.
Imagem: Cartaz de divulgação do filme
O longa-metragem do dia foi o “Meu Nome é Daniel”, um documentário criado a partir dos arquivos pessoais de Daniel Gonçalves que é o protagonista e diretor. Com a meta de encontrar respostas sobre o diagnóstico de sua condição física, com muito humor, apresenta suas limitações e conquistas desde da sua infância, que impressiona ao mostrar a naturalidade que lida com suas limitações, desafios e conquistas.
Imagem: Trailer do Youtube
E para entender melhor o que a noite transmitiu para os telespectadores, Laércio Medeiros, deixou sua opinião sobre as atrações:
E para entender melhor o que a noite transmitiu para os telespectadores, Laércio Medeiros deixou sua opinião sobre as atrações:“Impressiona a mudança drástica de cenas. Baseada em fatos reais na qual o trem passa sobre um corpo nos trilhos para a festa de crianças numa limusine transitando pelas ruas da cidade”.
– Mesmo com tanta Agonia
“Filme atemporal forte que que coloca em discussão alguns valores culturais das sociedades”.
– P´s
“Filme ocorre numa narrativa e disprenteciosa. Impressiona como filmagens em super 8, VHS, atuais conseguem conversar. A narrativa em primeira pessoa transmite o ar de uma conversa entre pessoas conhecidas. Ao mesmo tempo que é visceral quando se desprende do coitadíssimo e vai além, quando nos convida a questões de minorias”.
– Meu Nome é Daniel