O Contador viu: I Wanna Dance With Somebody – a História de Whitney Houston

Com roteiro assinado por Anthony McCarten, filme não aprofunda história da maior artista da sua geração e só causa o inevitável saudosismo.

Por Ailton Rodrigues

Naomi Ackie como Whitney Houston

Uma das maiores artistas de sua geração, simplesmente uma das vozes mais poderosas do mundo musical, esses e tantos outros adjetivos seriam óbvios e poucos para tentar traduzir o que é Whitney Houston. A cinebiografia I Wanna Dance With Somebody – A História de Whitney Houston até tenta, mas infelizmente não entrega tudo o que devia.

Percorrendo um solo fértil com base nas grandes canções da artista, o filme entrega uma grande dose de saudosismo, mas não reproduz o mesmo peso da sua homenageada. A sequência de acontecimentos é rápida e não traz o drama necessário para que como espectadores nos sintamos mais envolvidos na vida de Whitney.

O roteiro é assinado pelo já renomado Anthony McCarten (Bohemian Rhapsody, 2018) e dirigido por Kasi Lemmons (Harriet, 2019) e por isso podemos nos indagar porque colocar uma sequência de eventos sem se aprofundar? Apesar de destacar a performance do VMA, porque não usaram outros momentos canônicos como a conquista do Grammy de álbum do ano por The Bodyguard e o de gravação do ano por I Will Always Love You ou até a conquista do Oscars de Trilha Sonora pelo O Príncipe do Egito (1998)?

Na trama em si, Whitney (Naomi Ackie) é uma promessa da música que canta na igreja e trabalha como backing vocal. Ao ver um grande produtor (Stanley Tucci) no show, sua mãe (Tamara Tunie) finge um problema vocal e dá espaço para Whitney brilhar… De lá pra frente vemos a cantora galgar seus passos até o estrelato.

A polêmica já começa a partir daí, nunca foi comprovado que a artista teve um relacionamento homoafetivo com sua melhor amiga Robyn (Nafessa Williams), mesmo assim foi abordado por McCarten com esse viés logo no início da sua carreira. O que provocou críticas da família. E o filme fica nesse ponto mesmo, não aprofunda a crise que ela enfrenta em decorrência das drogas, nem fala sobre sua turbulenta relação com o também artista Bobby Brown (Ashton Sanders).

Um filme raso, muito diferente do que foi a incrível Whitney. Agora ele tem momentos grandiosos como a performance do AMAs de 1994 e sua apresentação na Oprah em 2009, mas fica nisso. Destaque que em 95% das canções entoadas no filme são da própria cantora, o que é um deleite, mas uma pena que será um filme esquecível.

Nota do Crítico: 5

Autor: Ailton Rodrigues

Técnico em Informática (IFRN), que adora esportes e jornalismo, estando sempre disponível para bons papos. Coordenador de Comunicação do clube de futebol TEC (Tabua Esporte Clube), membro do Conselho do Coletivo de Direitos Humanos, Ecologia, Cultura e Cidadania (CDHEC), comunicador da Mostra de Cinema de Gostoso. Formado em Pedagogia (UFRN).