REDES SOCIAIS E APLICATIVOS DE MENSAGENS: O PERIGO ESTÁ NO MAU USO?

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O mundo se tornou um lugar pequeno com o advento da internet, ou melhor, se tornou uma “rede de comunicação” que possibilitou grandes transformações e avanços, ao passo que alterou também, e talvez de forma negativa as relações humanas.

Se pararmos para observar, não necessariamente o mundo, mas somente os espaços de convívio em que estamos inseridos, aliás, apenas São Miguel do Gostoso, notaremos que as redes sociais e aplicativos de mensagens como o Facebook, Twitter, Instagram, Linkedin, Skype, WhatsApp, Snapchat, Viber e outros, tem sim aproximado quem está longe, entretanto, o mais sério é que o inverso também ocorre. Tem havido um distanciamento notável entre as pessoas.

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Em todos os ambientes: restaurantes, escolas, trabalho, ônibus, convívio familiar, entre amigos e até mesmo na igreja e nos postos de saúde, nos deparamos com as pessoas de cabeça baixa olhando para seu dispositivo móvel, geralmente com um sorrisinho leve, e consequentemente bem distante… sem perceber, portanto, o outro, que está bem perto.

Diante disso, vejo-me obrigada a perguntar: as redes sociais e os aplicativos de mensagens representam um perigo? Bem, a pergunta pode parecer simples e óbvia, mas a resposta é um tanto complexa! Pode-se dizer que tudo tem o seu lado bom e ruim, depende qual a parte que você desenvolve melhor. Então a pergunta agora seria outra: o problema não são os mecanismos, mas sim o seu gerenciamento?

Acredito que este último questionamento nos permite chegar a um consenso. Comecemos por exemplos. Alguns funcionários, ou possivelmente a maior parte, da Unidade de Saúde de Gostoso é um bom modelo do mau uso dessas ferramentas. Enfermeiros, e até médicos, encontram-se quase o tempo todo desatentos, provavelmente porque estão no WhatsApp, que tem sido a grande “febre”, e tem atendido mal os pacientes porque estão muito “ocupados” no celular.

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Existem também casos de relacionamentos que acabam ou vão mal por causa do uso excessivo desses mecanismos, seja pelo conteúdo acessado, ou pela quantidade de tempo dedicado a isso – que “normalmente” tem sido muito tempo! Isso é comprovado apenas observando as situações “comuns” do dia a dia. O caso é sempre o mesmo: pessoas reunidas (casais, família, ou grupo de amigos) num restaurante, lanchonete, etc., porém, todas sem dialogar porque está mais interessante o conteúdo da net.

Outro caso, que nos remete agora ao problema da segurança na rede, foi o de uma adolescente de 13 anos aqui de São Miguel, vítima de vazamento de algumas imagens íntimas em meados do fim do ano passado. Entrevistada pelo Contador, a jovem prefere não se identificar, mas relata como tudo aconteceu: “eu não mandei as fotos para ninguém. Minha mãe pediu para levar meu celular para o trabalho, que era numa pousada, e essas fotos estavam nesse celular, que ela acabou esquecendo, e quando eu fui buscar já não estava mais lá.  Com uns três meses rolou as fotos.”

As invasões e perigos na rede acontecem com famosos, como o caso de Carolina Dieckmann que teve grande repercussão na mídia, mas também com qualquer pessoa, de qualquer lugar que não tenha cuidado com suas informações, ou que caia em alguma armadilha, o que pode causar sérios transtornos. A adolescente relata ainda: “Eu fui ver só como ficava e tal, mas eu jurava que tinha apagado, e não estava apagado. É que quando tirava a foto, ela ficava guardada numa pasta além, e eu tinha esquecido dessa pasta.”

Mas o que será que levaria uma adolescente a registrar o tipo de foto que circulou na rede, especificamente no WhatsApp? Talvez somente a curiosidade como ela relatou, mas possivelmente pode ser também fruto  do isolamento nesse mundo da conectividade que tem deixado as pessoas cada vez mais distantes e vazias. O fato é que o mau uso das redes sociais e dos aplicativos de mensagens tem tornado as pessoas cada vez mais distantes, atrapalhando os estudos, o trabalho, o convívio familiar e social de modo geral. Enfim, são uma série de pontos que precisam ser desamarrados, e o pontapé seria o diálogo, o acompanhamento, a educação.

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Indagada sobre a reação da família ela responde: “Eu jurava que painho ia me matar, mas tipo, não foi o que aconteceu. Eu pensava que ele ia me matar mesmo, só que não, ele conversou e disse que não era para mim ter feito isso, e realmente não era, mas também não foi eu que joguei na net. Foi difícil, ainda bem que tinha gente que estava do meu lado também, e teve gente que conseguiu tirar da internet mas não de todo mundo.”

A mensagem que a garota deixa para as pessoas é que não falem sem saber como aconteceu, pois “falaram muita coisa que eu realmente não fiz”, diz ela.  E expõe ainda que não ficou com trauma, mas quando as pessoas ficavam olhando demais, sabia que estavam falando dela, e ela sempre de cabeça baixa, mas com a consciência de que não tinha sido ela. E aconselha quem passou por situações semelhantes: “não é uma foto que vai poder estragar a sua vida!”

Estamos cheios de exemplos! No caso dos profissionais de saúde, e de outras pessoas em outras áreas e esferas da vida cotidiana, afinal o problema afeta a todos: crianças, jovens, adultos, convenhamos, o que falta é um toque de responsabilidade, profissionalismo, equilíbrio, pois a culpa dos hormônios aflorados quem pode dar ainda são os jovens, e para estes, que são talvez o maior e mais frágil alvo, mais cuidado, e principalmente controle. Quanto a sociedade? Orientação, acompanhamento, educação, exemplo!

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Autor: Auxiliadora Ribeiro

Técnica em Administração pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte - IFRN; Bacharelanda em Direito pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; membro da trupe teatral "Café com Leite".

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