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Assessoria de Comunicação SINTE/RN
A notícia do reajuste do piso em 33,23% para os professores deu ânimo e ao mesmo tempo angústia. Qual será o custo emocional e político de implantação desse reajuste? A maioria da categoria concorda que não será simples, alguns desmotivados com a situação desastrosa da educação pública não acreditam que as prefeituras e governos estaduais implementem os 24,31% em 2022, uma outra minoria irá para o enfrentamento direto com prefeitos e governadores.
Na realidade janeiro de 2022 que se aproxima é a segunda temporada dessa série – superchata – que conta a história do reajuste do piso nacional dos professores. A disputa por um percentual mais baixo em 2022 começa já no início de 2021, com a articulação da Confederação Nacional do Municípios (CNM) que vamos chamar aqui de “Sindicato dos Prefeitos”. Esse sindicato das prefeituras ganhou mais importância no desenvolvimento dos municípios compartilhando estratégias, boas e más, e conhecimentos técnicos, bons e maus, e que em 2021 teve como pauta permanente o questionamento quanto ao piso nacional dos professores e o piso nacional da enfermagem.
Sabe aquelas marchas dos prefeitos, aquelas viagens que eles fazem em busca de emendas para os municípios? A CNM aproveita esses momentos para implementar suas pautas antirreajuste e antisservidor. A presença do “Sindicato dos Prefeitos” tem se tornado cada vez mais intensa na Câmara dos Deputados, chegando ao despautério de negociar apoio em troca da redução dos reajustes destinados aos servidores.
Cabe lembrar que todo cidadão é livre para se agremiar e sindicalizar, inclusive os prefeitos, ou seja, eles (os prefeitos) são um time, um grupo, uma agremiação com seus próprios objetivos bem definidos.
Considerando isso, temos dois times bem distintos: Professores e Prefeitos. Cada um deles com objetivos muito antagônicos, um grupo a favor e outro contra as políticas do piso nacional. QUEM É PROFESSOR TEM QUE ESTAR MUITO CONSCIENTE DESTA SITUAÇÃO. Não estou aqui dizendo que uns são bons e outros são maus, não é isso, existem interesses antagônicos.
Mas como eu estou jogando no time dos professores, cabe aqui convocar você professor e professora, seja lá qual for seu posicionamento político ou bandeira, sua condição ou colocação na estrutura de poder do municio, a ter um posicionamento coorporativo, dedicado e alinhado a implantação do reajuste de 24,31% a partir de janeiro de 2022.
A frase “amigos, amigos, negócios a parte”, nunca foi tão necessária, sob o risco de 2022 ser mais um ano de prejuízo financeiro.
PROFESSORES CONTRATADOS: UMA CLASSE AINDA MAIS DESVALORIZADA
Não podemos virar o rosto para outra categoria de professores que foi criada na nossa região, a dos professores contratados. Essa categoria de professor escolhida muitas vezes por indicação, não são menores, pelo contrário, são igualmente professores, porém hoje recebem pouco mais de um salário-mínimo e estão entre os menores salários da folha de pagamento. Além disso, não possuem qualquer incentivo financeiro e amargam as mesmas condições precárias nas escolas. Por que toco nesse assunto? Porque não é possível falar de equilíbrio fiscal sem considerar esses profissionais. De fato, estes professores, estão recebendo MENOS DA METADE DO QUE DEVERIAM, ou seja, as prefeituras deixam de pagar uma boa parte do que deveriam, para cerca de 30% da folha do FUNDEB. Uma manobra maliciosa de economia que garante uma folga financeira a muitas prefeituras.