Por Ricardo André
São Miguel do Gostoso
Nessa sexta-feira (28) ocorreu a 1ª Conferência Municipal da Criança e do Adolescente, seguindo a proposta do tema nacional que é “A situação dos direitos humanos de crianças e adolescentes em tempos de pandemia de Covid-19″, com a presença de conselheiros tutelares, conselheiros do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA), representantes de entidades, adolescentes e crianças, o conferencista convidado foi o Presidente do CMDCA de Currais Novos, Luzitércio Albuquerque, referência na gestão CMDCA e na captação de recursos para o Fundo para a Infância e Adolescência (FIA).
A abertura contou com as falas do presidente do CMDCA, Emanoel Laurentino, da adolescente Marjore Bezerra, representando o segmento da criança e do adolescente, Manoel Patrício, Secretário Municipal de Administração e Paulo Cesar Martiniano, Secretário Muncipal de Trabalho, Habitação e Assistência Social. O evento mostrou a necessidade urgente de escutar e atender a criança e o adolescente de São Miguel do Gostoso, como prioridade absoluta.

Adolescentes presentes, autoridades ausentes
A ampla participação de adolescentes e jovens foi o ponto mais representativo da Conferência, o que é um ponto positivo e garantiu o sucesso do evento, já que eles são o público alvo das principais politicas públicas do município como saúde, educação e assistência; a Secretaria de Trabalho, Habitação e Assistência Social. Por outro lado as Secretarias de Educação e Saúde resumiram sua participação contrariando o discursos da “rede socioassistencial”; a Câmara de Vereadores não enviou representante, Prefeito e Vice-Prefeito se ausentaram, também não se contou com representantes das politicas de Esporte ou Cultura.
Do lado da sociedade civil organizada, a Conferência contou com as suas principais entidades, como AMJUS, CDHEC, ASCDEG, Desbravadores e Agentes da Esperança, mesmo assim atores importantes, do setor não compareceram. Alguns alegaram ser um “esforço sem sentido” ou um “falatório que não produz resultados”. Ao final da conferência um dos representantes presentes relatou:
“Se conseguíssemos realizar metade das propostas teríamos uma mudança significativa na nossa realidade.”

A gente fala, mas eles não vão atender
Apesar da típica animação dos adolescentes, que transformam tudo numa grande festa, o sentimento nos grupo de trabalho era de mais do mesmo. O discurso de participação contrasta fortemente com a realidade dentro das escolas, por exemplo.
Além de não terem espaços formais de participação coletiva foram quase unanimes os relatos de preclaridade principalmente nas escolas da Sede, com falta de merenda, má estrutura, falta de materiais permanentes e de materiais apoio pedagógico.
O caso mais emblemático é da falta de portas do banheiro feminino – por incrível que pareça – da Escola Municipal Profª. Ana Ribeiro Barbosa, que teriam sido instaladas recentemente depois de ameaças do caso ir parar na imprensa estadual, os adolescente consideram que os pedidos por algo tão básico foi ignorado e a solução só veio depois de ameaças.