Equipes adotam postura espelhada e barulhenta que deve se perpetuar por toda a campanha, mas será que isso é o que a cidade precisa?
Por Ailton Rodrigues

A campanha política de São Miguel do Gostoso nem começou oficialmente, mas parece que teremos aquele roteiro digno de um filme cômico de Sessão da Tarde. Os adversários deste ano começam a querer angariar votos por narrativas e com “cavaleiros do apocalipse” nas redes sociais.
Explicando melhor, desde que Caio Fernandes (PL) se convenceu (ou foi convencido) a ser protagonista da oposição na corrida eleitoral deste ano parece que a situação também ficou abalada e começou a querer retrucar qualquer iniciativa de diálogo. Não sei se porque Caio conheceu intimamente os bastidores da gestão Renato ou simplesmente porque há no horizonte a expectativa de uma campanha mais acirrada do que se previa.
Claro que as redes sociais também têm grande influência. Vídeos que eu considero toscos como o do “atualiza, Google” ou do “dia do amigo” é um prato cheio para memes e compartilhamento em grupos de WhatsApp, mas o detalhe é que nenhum candidato soube usar ainda o verdadeiro potencial das redes sociais nas campanhas… Estão apenas beirando na superfície e convenhamos estão com marqueteiros fracos.
A fórmula até agora foi só refletir como em um espelho o que o outro faz. A pesquisa Consult apontou empate técnico na corrida eleitoral o que fez a oposição queimar fogos, videozinhos nos stories comemorando, etc. Adivinha o que aconteceu neste domingo (28) quando foi divulgada a pesquisa Seta que apontou vantagem da situação? Exatamente a mesma coisa. Patético.
Um ponto fora da curva foi o imbróglio da tomada do poder de Tiquinho no MDB municipal que até deu uma pesada nos ânimos, afinal tentar derrubar um adversário usando de artimanhas que podem parecer legais e fazer parte do jogo, mas será que podemos considerar atitudes como essas éticas? Enfim, foi outro tempero que rendeu discussões.
Para arrematar tudo tem os “cavaleiros do apocalipse” que falei lá no primeiro parágrafo. Eles são aqueles apoiadores (alguns chamam de babões) que você não pode sequer citar que o candidato tá com uma mancha roxa no pescoço que eles vão tentar defender ou retrucar. Vão ser a bucha de canhão de cada lado. É aquele mesmo que deixou sua vida de mão para postar stories sobre o candidato TODOS OS DIAS buscando desesperadamente atenção (ou um cargo comissionado).
Aqui mesmo no Contador não interpretam sequer o que nossos colaboradores escrevem, mas já nos atacaram de todos os lados: vamos continuar com o compromisso de registrar fatos. As opiniões em cima dos fatos são dos leitores, isso é normal, mas pelo menos deve se ler mais do que apenas a manchete. As gestões passam, nós ficamos. Foi assim nas últimas três campanhas que cobrimos.
Faz o Léo, Faz o C. Isso nem deveria ser um ponto discutido… Sinto que as pessoas estão perdendo o foco do que realmente importa. O que esses candidatos têm de propostas para que a cidade mude de status? Gostoso precisa mudar de cenário e voltar a crescer. Mesmo os alienados sabem que estamos parados no tempo se compararmos até com nosso vizinho Touros.
Gostoso não gera mais empregos, não tem outros atrativos para turismo, não aprova mais alunos para o IFRN como antes, não tem infraestrutura adequada para suportar eventos do porte do Revéillon Gostoso (todos sabem como a cidade ficou nos períodos que tivemos essas festas), dentre outras coisas. Qualquer um que assumir a gestão em 2025 vai precisar arregaçar as mangas, não ser enfeite.
Não sabemos o que esperar desses dias de campanha que se aproximam, mas vendo como está o andamento da pré, tenho certeza que veremos mais cenas patéticas, atos desesperados e guerra de narrativas. Vamos continuar acompanhando.
*Esse artigo de opinião não reflete necessariamente a posição do blog Contador de Causos. Nossos colaboradores são independentes.