Regulamento frouxo mostra que Campeonato Municipal precisa ser verdadeiramente dialogado com todos antes de ser executado

Casos Rodrigo e Michel deram o que falar na última semana, além da articulação da tabela que segue sem previsibilidade. Comunicação ampla deveria ser mais usada no Municipal de futebol. Veja nosso artigo.

Por Ailton Rodrigues

Municipal de 2018 – Foto: Rubens dos Anjos

O Campeonato Municipal de Futebol ainda não terminou sua segunda rodada, porém as polêmicas em torno do regulamento da competição foram colocadas em questão desde a rescisão conturbada do goleiro Rodrigo com o time do São Caetano.

O grande debate se deu porque os atletas Rodrigo e Michel haviam apresentado documentos para atuarem no São Caetano na primeira rodada da competição, mas não entraram em campo. No caso do goleiro Rodrigo, que ganhou manchete nas redes sociais, houve uma discordância que o fez sair do clube.

Ao consultar o regulamento ele usou do seguinte artigo para justificar sua saída do Azulão e inscrição no Grêmio AFO:

Artigo 5-7: o jogador que for inscrito na súmula e apresentar documento original a mesa esse atleta ficará impedido de jogar por outra equipe, mesmo não tendo jogado naquela partida, exceto com justificava judicial ou extrajudicial por escrito comprovando a impossibilidade de sua permanência na equipe atual.

Ao entrar com recurso e alegar essas discordâncias como medida extrajudicial, a comissão do Campeonato Municipal autorizou Rodrigo se inscrever e atuar no Grêmio AFO. Sobre Michel não se sabia nada oficialmente até a tarde deste último domingo (22) quando ele entrou em campo já defendendo o próprio São Miguel, ao que tudo indica, usando dos mesmos artifícios.

Há também a articulação da tabela onde houve adiamentos inesperados como o do Grêmio SMG que não foi explicado, bem como má distribuição dos jogos. O Cruzeiro, por exemplo, jogou duas rodadas seguidas enquanto tem clubes que só deram apenas um jogo em 2025 e agora só jogam ano que vem.

Um outro exemplo que pode parecer até bobo, mas que mostra que precisa ter mais diálogo: não ter saldo de gols nos critérios de desempate da fase de grupos causou um debate porque muitos dirigentes alegaram que não sabiam da falta desse critério. O regulamento aponta após vitórias, os gols marcados como desempate.

Todavia, claro que há a ingenuidade (vamos chamar assim) dos presidentes dos clubes não lerem com atenção o regulamento proposto, mas a pergunta que fica é se de fato houve uma abertura para discussão da construção do regulamento com todos os envolvidos ou se todos os pontos foram apenas propostos e pronto.

A função básica da comissão além de organizar a competição é deixar tudo claro para todos, prevendo até que os próprios presidentes possam desconhecer o regulamento que aprovaram.

Vamos aguardar mais desfechos. O Campeonato segue, mas aparentemente ainda teremos mais discussão.

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Autor: Ailton Rodrigues

Técnico em Informática (IFRN), que adora esportes e jornalismo, estando sempre disponível para bons papos. Coordenador de Comunicação do clube de futebol TEC (Tabua Esporte Clube), membro do Conselho do Coletivo de Direitos Humanos, Ecologia, Cultura e Cidadania (CDHEC), comunicador da Mostra de Cinema de Gostoso. Formado em Pedagogia (UFRN).

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